A primeira coisa que se precisa ter em mente é que ainda estamos em um cenário crítico e não podemos sair por aí nos arriscando e nem colocando a vida dos outros em risco.
Uma das coisas que mais me incomodava quando decidimos viajar nessas férias era o pensamento se isso era correto ou não. Fiquei na maior nóia achando que estava infringindo alguma lei saindo para descansar, estava encanada com o que as pessoas iam falar, o que elas comentariam nas minhas fotos nas redes sociais e e depois de muita conversa com a terapeuta entendi que se eu fizesse tudo que estava dentro do combinado, não teria problema.
E o combinado sempre foi:
- Ir a hotéis que estão preparados para receber turistas seguindo protocolos da vigilância sanitária
- Evitar entrar em contato com pessoas de cidades por onde passássemos para não colocá-las em risco
- Não ficar turistando por aí em cidades como se estivesse tudo uma beleza
- Evitar aglomerações
- Usar máscara
- Ter sempre o álcool em gel no bolso e um álcool líquido para higienizar tudo onde eu fosse tocar
- Deixar os sapatos do lado de fora
- Levar roupa suficiente para a maior quantidade de trocas de roupas que será necessário
- Não fazer amizades
- Manter o distanciamento social, mesmo que pareça falta de educação
- Respeitar as regras dos locais onde passássemos, por mais que parecessemos obsessivos
Aí você se pergunta, "ainda assim vale a pena viajar com tanta restrição"?
A resposta é "Claro que vale".
Muitas coisas nessa lista já fazem parte do nosso novo normal e a gente nem tem se dado conta. As demais é uma questão de bom senso e respeito ao próximo.
Por isso, com tudo isso na cabeça, partimos para duas semanas de folga, tentando nos adaptar e enfrentando os medos de voltar a ver o mundo além da janela do nosso apartamento.
A primeira semana: Hotel com novo protocolo covid 19
Na primeira semana estivemos em um hotel que se adequou a novas regras da vigilância sanitária e está apto a receber hóspedes. Aliás vários hotéis no Brasil estão começando a se adaptar.
Esse que fomos era em Ibiúna no interior de São Paulo. Mas já vimos que na Bahia e em vários outros estados também está acontecendo o mesmo.
Basicamente o hotel mudou algumas práticas, não apenas de higiene, mas também de convivência para que possa receber as pessoas de forma segura.
O hotel que ficamos era no meio da mata e com muito espaço. O formato de hospedagens eram chalés individuais e todas as opções de lazer era grandes, abertas e distante umas das outras ou de alguma forma, isoladas. Fomos para lá porque não haveria necessidade de ficar saindo para comer fora porque o sistema lá era all inclusive. Além disso nosso foco era descansar, ficar na cama até mais tarde e ver paisagem.
Nesse vídeo, contamos um pouco como foi a experiência que vivemos, mas o que mais notamos de diferente foi:
- A lotação do hotel estava menor. O hotel não estava recebendo a quantidade total de hóspedes que tem capacidade.
- A temperatura dos hóspedes era aferida no momento da entrada no hotel
- Checkin online para diminuir a permanência das pessoas na recepção
- Os quartos ficavam pelo menos 24h vazios antes da entrada da limpeza ser realizada para outro hospede pode entrar.
- Dentro dos quartos não havia mais nenhum objeto decorativo, apenas o essencial.
- Troca de todo o enxoval de cama e banho (sabemos que alguns hotéis não trocam edredons e cobertores)
- Divisão dos hóspedes em grupos para fazer as refeições
- O restaurante possuía álcool em gel e luvas descarta para se servir no buffet
- Buffet coberto
- Bebidas individuais
- Talheres ensacados individualmente
- Mesas e cadeiras limpas imediatamente após o uso
De qualquer forma, por mais seguro que seja sempre ficamos encanados então dei uma reforçada na limpeza do quarto com o álcool que eu tinha levado. Além disso sempre há de ter o cuidado com pessoas do grupo de risco. Haviam pouquíssimos idosos, por outro lado o lugar estava repleto da alegria das crianças e dos cãezinhos que corriam de um lado para outro, esbarrando na perna de todo mundo, felizes com a atenção que estava recebendo.
No fim do dia, por causa de tantos cuidados, o saldo foi bem positivo e valeu muito a pena termos dado aquele tempo. Essa foi a primeira vez que ficamos tanto tempo fora de casa e nos fez ver como esse novo "normal" não é tão normal assim.
A segunda semana: A viagem de motorhome
Na segunda semana resolvemos fazer algo diferente mas que nos desse mais segurança do que ficar no hotel. Alugamos um motorhome e seguimos para o sul.
Dentro do carro estávamos isolados dentro de "casa" mesmo que por aí.
Para nos matermos seguros levamos tudo de casa, incluindo os mantimentos que iríamos comer. Deixamos para comprar apenas coisas que eram perecíveis e fizemos isso apenas em cidades maiores, como Curitiba. E ainda seguindo com o protocolo de limpar tudinho antes de ir pra geladeira.
Nos dias que passamos no motorhome ficamos em campings e estacionamentos de pousadas e é realmente difícil ficar isolado porque as pessoas querem minimamente de desejar um bom dia ou boa tarde. É natural do ser humano ser solicito e oferecer ajuda, como aconteceu nos campings, mas estavam todos muito conscientes sobre o distanciamente que deve ser mantido e acabamos não aceitando.
Todas as nossas referições aconteram dentro da casinha. Fazíamos a comida ali, comiamos e lavavamos as louças ali também. E tudo se repetia, dia após dia.
Não só isso, mas também tomavamos banho ali, viamos TV ali, faziamos o número 1 e o 2 ali. Estávamos em um mini mundo.
E como diz o pessoal do Travel and Share, a estrada te dá tudo o que você precisa: Íamos pela estrada e quando víamos uma paisagem maravilhosa era só parar. No caminho em Garopaba demos de cara com dunas maravilhosas que tomavam a estrada e paramos. E quando voltamos, limpamos o pé ali mesmo e seguimos. Quando a gente queria tomar um café, achava um canto ou um posto e parava. Acabando, arrumava tudo e ia embora.
Nessa viagem fazia parte dos planos conhecermos o Parque das Aves, as Cataratas do Iguaçu e Itaipiu. Infelizmente o Parque das Aves estava fechado, mas os outros dois estavam funcionando com todas as condições de segurança para atendimento aos turistas e deu tudo muito certo por lá. Vamos contar essa experiência em outro post.
De todos os momentos que estivemos fora, tivemos que lidar com duas situações que aconteceram que foi quando atolamos o motorhome 2 vezes pois o colocamos literalmente na lama.
Aí não teve jeito, precisamos muito da ajuda dos responsáveis do camping que socorreram a gente correndo para puxar o bichão.
Tirando isso, realmente não havia necessidade de ter que nos aproximar das pessoas.
Acho que é isso. Se você chegou até aqui e ainda tiver dúvidas, deixa um comentário aqui embaixo que vou ter um super prazer de te ajudar.
Tchau!!!
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