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A serra do Rio do Rastro

No meio do caminho tinha uma serra. Tinha uma serra no meio do caminho.


Iniciamos a nossa viagem de motorhome com o roteiro redondidnho. Sempre fazemos isso nas nossas viagens, nunca partimos de casa sem saber para onde vamos. E dessa vez não seria diferente.

Disfraçando o medo
Disfarçando o medo da subida

O plano era o seguinte: Íamos até Curitiba pegar o Motorhome, de lá Floripa, Torres, Gramado, Canela e depois subir até o Paraná. Mas no meio do caminho tinha uma serra. Ah, tinha uma serra no meio do caminho. E nós fomos parar bem no meio dela.

Quando pegamos o motorhome em Curitiba a primeira coisa que o dono da empresa nos perguntou foi sobre o nosso caminhoe em mandou a seguinte pergunta"Ah, vão subir a serra do Rio do Rastro?"


Sei lá, a gente não fazia nem ideia do que ele estava falando, então começamos a perguntar mais e ele nos falou sobre a serra catarinense que é repleta de curvas fechadas e tarara. Fui ver no Google e definitivamente eu não queria subir aquela serra. Tinha tudo que eu temia, altura, despenhadeiros 1 pista pra ir e outra pra voltar. Fiquei pensando que o cara não batia muito bem da cabeça pedindo pra gente colocar um carro daquele tamanho numa serra cheia de curva fechada.


De lá fomos para Floripa. Ficamos estacionados no estacionamento de uma pousada e na hora de ir embora sentido Garopaba (destino que não estava no roteiro inicial, lembra?) o dono da pousada nos perguntou quais seriam os próximos destinos. Quando contamos que iamos de Garopaba para Francisco Beltrão no PR veio a mesma pergunta "Ah, que legal, vão pela serra do Rio do Rastro?".

Caramba, de novo essa serra? Olhei de novo no Google me perguntando o que tinha de tão incrível assim. Dessa vez pesquisei com mais afinco, olhei alguns vídeos e mais blogs tentando entender qual era a da tal serra, afinal, todo mundo só falava disso.


A essa altura já estávamos convencidos que a gente tinha que ir lá conhecer. Não era possível tanta gente falando a mesma coisa. Tinha um porquê.

Quando tiramos definitivamente Gramado e Canela do nosso roteiro (que estavam lotadas de gente no meio da pandemia) colocamos a serra no roteiro.


Quando saímos de Garopaba pegamos um trecho de orla muito bonito até chegarmos na cidade Orleans, que por sinal, tem um povo muito educado no trânsito. No caminho tem todo tipo e tamanho de placa falando "Serra do Rio do Rastro". Não precisava nem do GPS (brincadeira gente, sempre precisa de GPS) porque elas indicavam o caminho com muita mais precisão.

Placa na cidade de Orleans
Placa na cidade de Orleans

Lembro de termos entrado em uma rotatória e começarmos a subir bem de leve até entrarmos em uma estradinha que beirava um rio lindo, que por causa da estiagem estava meio vazio então era possível ver as pedras cheias de limo o que tornava o rio verde, apesar de cristalino. Seria ele o rio do Rastro? Ainda não descobri.



Seguimos passando pelas casinhas de beira de estrada até que começou a subida de verdade e umas curvinhas aqui e ali. A bobinha aqui achou que eram as tais curvas perigosas que todos os blogs falavam, tanto que pensei que as pessoas tinham exagerado um pouco. 😂😂😂. Aquilo não era nada.



Quando essa estrada mais urbana acaba começa a serra e de fato começam as subidas mais ingrimes e uma ou outra curva mais fechada. No caminho passaram por nós gente que também estava se aventurando por ali, mas de bike, a pé, de moto e não com uma van gigante pesando 3 toneladas. Não gente! Não pode!

Mas o que era a nossa vanzinha, perto dos caminhões baú gigante que passeavam por lá.


A paisagem é de encher os olhos de lágrimas e o coração de medo. Se de um lado há paredões a perder de vista, do outro é só nada. A sensação é que qualquer descuido você cai no precipício e adeus. Para quem está de carro é fácil parar nos vários recuos na estrada. Para nós não era sempre que dava pra fazer isso porque precisava ser recuos grandes.


Continuamos subindo e subindo e achamos o primeiro mirante que tem uma vista bonita, mas não tão sensacional. Nesse mirante tem um ponto de apoio com banheiro e uma lojinha. Muitas pessoas param ali para fazer um pit stop.



Continuamos subindo e subindo e mais curvas perigosas. Passamos por algumas placas que indicavam deslizamento nos paredões. A gente ficou imaginando o que faríamos caso isso acontecesse porque correr para o outro lado era se jogar no vazio da serra.


A subida em si não é tão demorada, acaba-se gastando mais tempo por causa das paradas para fotos e um outro caminhão que empaca nas curvas.



Quando acabamos de subir se chega a um platô e ali sim é o tão famoso mirante que a gente vê nos tantos blogs de viagem.

A #dica é subir a serra logo pela manhã, pois ao chegar nesse ponto é possível ver a serra bem iluminada. Eu tinha lido isso num blog e não tinha dado muita importância, mas é verdade. Chegamos já passava das duas da tarde e a vista mais famosa já estava com sombra, isso quer dizer que as fotos saíram escuras. Então na próxima é o que vamos fazer.

Lá em cima já é bem frio, por isso trocamos de roupa antes de sair do carro, mas não antes de prepararmos nosso almocinho dentro do motorhome. Aliás ali é um bom ponto para passar o dia e pra quem tiver coragem, passar a noite também.


Vista do Mirante
Vista do Mirante

Ao sair do carro demos de cara com uma família animada de Quatis. Eles são malucos por turistas que passam o dia todo jogando porcarias pra eles comerem então ao verem seres humanos já chegam logo todos alvoraçados.


Quatis no mirante
Quatis no mirante

Ali em cima também tem uma lojinha com aqueles doces maravilhosos, queijo e salame com preço bem ok. Além claro de diversos souvenirs da Serra. Pelo que eu entendi, subir esse caminho é como se fosse um marco porque tem todo tipo de mensagem: Serra do Rio do Rastro de Moto, Serra do Rio do Rastro de Bike, Serra do Rio do Rastro a pé... e por aí vai. O dono da loja nos orientou a sair com a sacola bem no alto porque os danados moradores da serra, os quatis, roubam qualquer sacola que veem.

Eu achei que fosse mentira, mas quando saímos não é que eles ficaram mesmo seguindo a gente com os olhos. Chegavam perto e se a gente não tocasse eles pra longe tinham levado nossas coisas. Danadinhos!


Ah, a experiência foi demais. Lá em cima já estamos perto das cidades famosas de Santa Catarina que chegam a temperatura abaixo de zero, como São Joaquim e Urupema, mas não tivemos essa sorte ou azar. Ainda bem, porque na temperatura que pegamos a noite já passamos bastante frio.


Indo pra São Joaquim
Indo pra São Joaquim

E aí? Deu vontade de se aventurar por lá também?


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